Por: Cleiton Santos

Atualmente, há um novo “motto” nas empresas de que os dados são “o petróleo do século XXI”, mas o quão relevante é isso para sua indústria?

Antes de tudo, é importante saber diferenciar em qual nível de interpretação (ou conhecimento) esses dados gerados e coletados estão na pirâmide do conhecimento. Em suma, há, ao menos, quatro níveis de diferenciação, conforme ilustrado na Figura 1, ou seja: dados, informação, conhecimento e sabedoria. Quanto mais próximo do topo você está, maior é o grau de abstração e interpretação do seu processo.

Figura 1 – Pirâmide do conhecimento.
Fonte: https://universidadedatecnologia.com.br/dados-vs-informacoes-digitais/data-information-knowledge-wisdom/

Como apresentado na imagem, pode-se interpretar esses níveis como:

• Dados: fatos objetivos sobre os eventos, ou seja, timestamp, bits (0’s e 1’s), valor de uma variável ao longo do tempo, etc.; por exemplo, a leitura do sensor em si;
• Informação: consiste no dado tratado, correlacionado e conectado ao processo; uma possível interpretação para informação, neste contexto, seria a possibilidade de entender o comportamento da(s) variável(is) em relação aos seus pares; por exemplo, relação diretamente proporcional, inversamente proporcional, relação exponencial, sem relacionamento, etc.;
• Conhecimento: nesta etapa, há uma contextualização da variável medida em relação ao processo, ou seja, consegue-se compreender o dado que foi extraído do chão-de-fábrica e realizam-se tomadas de decisões baseada nestes dados; normalmente, por ser uma camada mais abstrata, o conhecimento é alcançando analisando um conjunto de dados de diferentes variáveis (também conhecidas como “características” do processo);
• Sabedoria: o mais alto grau desta pirâmide, refere-se não somente à interpretação do processo em si, mas também na criação se insights de valor e crenças, ou seja, como otimizar um processo, o local que essa otimização deverá ocorrer, as vantagens e ganhos dessa otimização, etc.

Além disso, outra importante apresentação que a Figura 1 fornece é as camadas que estão diretamente relacionadas com a tomada de decisão. Note que informação, conhecimento e sabedoria são responsáveis por direcionar/conduzir a tomada de decisão – talvez não a melhor decisão, mas sim a mais assertiva no contexto de avaliação. Todavia, a ação (resultado da decisão) tem influência direta nos dados, informação e conhecimento. Portanto, pode-se observar que há um ciclo iterativo e interativo neste processo, uma vez que algumas camadas são responsáveis tanto por influenciar a tomada de decisão, quanto ser influenciada por ela.

Em suma, a pirâmide do conhecimento é útil na interpretação que é dada para cada camada, pois, em muitos dos casos, utiliza-se de nomenclaturas generalizadas para definição de um conceito, porém de maneira equivocada – e me incluo neste grupo pessoas (!).

Portanto, o processo consiste em um aprendizado contínuo, não apenas na definição destes conceitos, mas também em como utilizar os dados e informações para geração de conhecimento e sabedoria do processo industrial, o que entendo ser o suprassumo da cadeia de interpretação do sistema avaliado.

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